quinta-feira, 31 de julho de 2008

MOVENTE

Nove a terra no seu eixo
seguindo a rotação,
este movimento é constante
de inverno a verão.
Viver é movimentar,
o vento move o ar,
o amor o coração.

Movem-se as nuvens nos céus,
carregadas de esperança,
levando para o sertão
o símbolo da bonança.
O agricultor move a terra
a semente nela enterra
no chão que ele alcança.

Move o carro na estrada
transportando a riqueza,
o rio move-se no leito
levando a correnteza,
o mar se move a espera
desde a mais remota era,
movido pela natureza.

A criança move seu carrinho,
movido pela brincadeira.
O movimento da chuva,
se escuta na goteira,
como uma sinfonia,
leva ao campo alegria
uma música de primeira.

Move o corpo na dança,
a música move o som,
a gaivota bailha no céu
a moça move o baton
em busca da beleza,
move enfim a natureza,
Movimentar é um dom.

Moveu-se um dia Margarida
esta mulher quase flor,
movida por um ideal
alimentada pelo amor,
o seu grito foi ao campo
como aluz de um pirilampo,
a sua voz ecoou...

O movimento de uma bala,
fez o seu corpo cair,
mas, do sangue derramado
fez a luta ressurgir,
no chão que foi encharcado,
nasceu um novo legado,
conduzindo ao porvir.

Não se enterra o sonho
de um idealismo puro,
das cinzas faz renascer
e voar para o futuro,
as asas da liberdade,
vencerá toda maldade
o vôo será seguro.

Move o peixe no aquário,
a enxada move o chão,
o homem que move a terra,
se move na eleição,
move a bola no gramado,
ninguém fica parado,
mover é obrigação.

O movente se move
em defeza do ambiente,
em prol da ecologia
por uma vida decente,
move a voz num só grito
este canto tão bonito
nasceu para ser movente.

Se move o velho, a criança,
o menino, o cidadão,
nosso destino é mover
seja com o pé ou com a mão,
a vida é movimento
o operário move o simento
erguendo a construção.

Move a flor no jardim,
acariciada pelo vento
o trabalhador se move,
buscando o seu sustendo.
O movente enfim nasceu
com as graças de Deus
Para ser um movimento.

terça-feira, 29 de julho de 2008

CORDEL e LITERATURA POPULAR

O cordel tem as raizes
no nordeste brasileiro,
canta o velho e o novo,
o aboio do vaquerio.
É uma história rimada,
que canta a mulher amada.
Nas cordas de um violeiro.

Nos sertões desse Brasil
o cordel já fez escola,
escrito em folhetos,
cantado com uma viola.
Assim canta o menestrel
com os dedos cheio de anel.
um paletó na sacola.

Percorrendo o interior
descortinando horizonte,
levando por onde passa,
poesia como fonte,
de pura inspiração,
dexando pelo sertão
versos e rimas aos montes.

A literatura popular,
muito mais que poesia,
é uma forma de relatar
o que o povo aprecia.
História de amor impossível,
de um sentimento incrível
que deixa a espinhela fria.