segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Velho Chico

01
Lá na Serra da Canastra
No Estado das Minas Gerais
Chiquinho nasceu tranqüilo
Limpo como os cristais
No seu berço milenar
Chiquinho sonha com o mar
Desde tempos ancestrais...

02
Como brincadeira de menino
Chiquinho foi encontrando
Nas cercanias das montanhas
Amiguinhos abraçando
Sem pressa para descer
Entre pedras a correr
E o mar lhe esperando...

03
Quando Chiquinho se viu
Com muitos amigos ao lado
Sentiu força pra descer
Conquistar outro estado
Abraçar o oceano
Realizar o seu plano
Ver sonho concretizado.

04
Lavou ouro e cristais
Com sua forte correnteza
Cortou serras e montanhas
Mostrou sua destreza
Como sábio artesão
Não faltou inspiração
Lapidando a natureza.

05
Foi traçando caminhos
Conquistando a liberdade
Levando a cada lugar
Vilas, campos e cidades,
Um pouco de sua história
Por de mais meritória
Sem nenhuma vaidade.


06
Chiquinho adolesceu
Mostrou sua rebeldia
Pisou no solo baiano
Tranqüilo no fim do dia
Lá fez sua oferenda
Brigue mas não ofenda
Nossa pacata Bahia.

07
Como um bom baiano
Sem pressa para chegar
Foi irrigando o solo
Desde as terras do Araxá
Deixando muita fartura
Nas várzeas beleza pura
Como quer Iemanjá.

08
Na sua juventude
Já se sentindo forte
Com seu corpo espraiado
Buscando o seu norte
O Chico amadureceu
E com as bênçãos de DEUS
Traz vida onde há morte.

09
Desbravando os sertões
Das minas e do nordeste
O seu leito oferece
Ao nosso cabra-da-peste
Riqueza pra sua gente
Que se torna emergente
E cada dia ele cresce.

10
No solo alagoano
O Chico é homem feito
Conquistou autonomia
Tem noção do seu direito
Mas não falta com o dever
Sua riqueza oferecer
Retirando do seu leito.

11
Na terra de Nambuco
Com suas belas carrancas
Espantando o egoísmo
De suas margens arranca
Crescimento e progresso
Lá não há retrocesso
Nem anda com perna manca.

12
Juazeiro e Petrolina
Recebeu este presente
Como o Egito do Nilo
Ambos estão na crescente
Exportando a riqueza
Importando a pobreza
De um povo indolente.

13
A monocultura se expande
Ao longo de suas margens
A população ribeirinha
Ver mudar toda paisagem
A riqueza se concentra
É muito dinheiro que entra
O pobre não ver a imagem
14
Projeto de irrigação
Emoldura o velho Chico
É um show de tecnologia
O pobre não tem um bico
As multinacionais
Todo dia leva mais
Muito pobre e pouco rico.

15
E você que fez história
Integrando este Brasil
Abraçou tantos estados
Mas, o homem não se uniu
Só se ver indiferença
Muita briga e desavença
Riqueza não repartiu

16
Depois de velho e cansado
Você, Chico! Novamente
É uma bandeira de luta
Para o nordeste indigente
Falam em transposição
Dinheiro vem de montão
Para o rico, e não pra gente.

17
Querem que tu venhas pra cá
Para o sertão nordestino
O sofrido semi-árido
Seja meu velho, bem vindo
Nosso sertão irrigar
Riquezas multiplicar
Mudar o nosso destino...

18
Venha! Mas, não esqueça
Do teu povo tão sofrido
Que tua água chegue
Na casa do esquecido
Trazendo mais que esperança
Dando ao homem confiança
Sem olhar o seu partido.
19
Não esqueça de visitar
A casinha lá na serra
O pobre que tanto espera
Tirar o pão desta terra
Dê a ele mais alento
Tirando do sofrimento
Da vida que só emperra.

20
Tua chegada é bem vinda
Para o povo sofredor
Que olhando em sua janela
Na linha do equador
Há tempo que te espera
Desde a mais remota era
Carregando sua dor.

21
Muita gente já partiu
Abandonou seu lugar
Esperando este dia
Que tanto tarda a chegar
Que não seja ilusão
Nem história de patrão
Para o povo enganar.

22
Venha logo Velho Chico
Espantar o sofrimento
Há séculos que esperamos
Que chegasse esse momento
Traga água, venha já
Nossa sede saciar
E trazer nosso sustento.

23
Vamos fazer do sertão
Um mar só de fartura
Comida em abundância
Revolucionar a cultura
Com um povo livre contente
Votando livremente
Seria beleza pura...

24
Hoje estás nos palanques
Se oferecendo ao nordeste
Leiloando a sua água
Como fez Cristo com as vestes
Não venha nos trair
Fazer a água sumir
Jogar fome, morte e peste.
25
A água que banha o mar
Precisa irrigar o sertão
Encher nossos igarapés
Molhar bem o nosso chão
Matar a sede da gente
Fazer brotar a semente
De arroz, milho e feijão.

26
Servir ao pequeno agricultor
Sem nenhuma distinção
Fazer ao pobre justiça
Não servir só ao patrão
Praticar a lealdade
Repartir com igualdade
Tendo o outro como irmão.

27
A população nordestina
Sair do sofrimento
Cada um ter seu trabalho
Nunca faltar o sustento
Do sonho acalentado
Ver tudo realizado
Paz na terra e suprimento.

28
O nordeste lhe espera
Há muito tempo atrás
As portas estão abertas
Nossa bandeira é de paz
Não queiram nos humilhar
O rio jogar no mar
A água não volta mais..

29
O mar está alagado
Com as águas do continente
O nordeste tão sofrido
Pede socorro urgente
Água para matar a sede
Nosso campo ficar verde
Alegrar a nossa gente...

30
Nossa grande esperança
Só você pode nos dar
Traga pra nós sua água
Não deixe cair no mar
Este sonho acalentado
Por muito tempo esperado
Venha logo realizar.
31
Que se cumpra as profecias
Do Beato Conselheiro
“O sertão vai virar mar”
De dezembro a janeiro
Quando Chico chegar ao sertão
Traz milho, arroz e feijão
E fartura o ano inteiro.

32
Com certeza a esperança
Vai pintar nossa paisagem
Com as cores da alegria
Dando ao campo linda imagem
Brotando em cada canto
Desenhando um belo manto
Com flores, frutos e vagens.

33
Há tempo que esperávamos
Ver este quadro na moldura
O homem do campo feliz
Trabalhando na agricultura
A terra lhe devolvendo
Seja de sol ou chovendo
Colhendo grande fartura.

34
A figura do retirante
Pelas estradas sem fim
Já é coisa do passado
Ver o homem andando assim
Com o Chico é nova história
Só se conta com vitória.
O campo vira jardim.

35
A criança agora tem
O direito de sonhar
O futuro está próximo
É só o Chico chegar
Inaugurar nova era
Juntar vida e quimera
A esperança irrigar.

36
Meu Velho Chico você
É a nossa redenção
Brigue, mas não se entregue
Ao capricho do patrão
Venha conosco viver
O nordeste desenvolver
Traga a vida pra o sertão.
37
Sua água é preciosa
Para salvar o nordeste
Nosso solo em torrão
O pobre sem ter veste
O poder que vem de cima



Num mundo globalizado
Enfrentamos desafios
Para construir o saber,
Sem procurar o desvio
É preciso planejar
Para não perder o brio.

Na vida é preciso ter
Coragem e decisão
Para construir o homem,
Fazer dele um cidadão,
Pregar o conhecimento,
O amor, a paz, a razão.

Com certeza o sucesso
Cedo ou tarde chegará
Sem ao outro ofender
Nem tão pouco explorar,
Com trabalho e honestidade
É possível educar...

Por isso aqui eu faço
Um convite ao sucesso,
À pedagogia simples
Sem impedir o progresso,
É preciso acreditar
Nas rimas desse meu verso.
1

Faço a todos um convite,
Espero a sua atenção,
Vamos construir o futuro
Com o labor de nossas mãos,
Quando nós estamos juntos
Fazemos um mutirão.

O dia é 27
Do corrente mês de agosto, (2003)
As 13 horas faremos,
Espero ser de bom gosto,
O nosso planejamento
Com um sorriso no rosto.

Planejar é necessário
Pra rever nossa ação,
Nortear nosso trabalho
Em prol da educação,
Revendo as prioridades,
Prezando a avaliação.

Quando há cidadania
O homem se sente forte,
Tal luz que clareia a vida,
Educação é seu norte,
É viga na construção,
Coluna, e não suporte.
2

A cada quinzena temos
Um momento pra fazer
O nosso planejamento
Para assim desenvolver
Um trabalho coletivo
Com o intuito de crescer.

Na certeza de que todos
Têm esta mesma visão,
Entrego este convite
Com carinho e emoção,
Pois esta tarde promete
Trazer muita informação.

Diga não ao improviso,
Planeje a sua ação,
Você está convidado
Pra juntar a sua mão
A todos os companheiros
Em prol da educação.

Quarta-feira, dia primeiro
De outubro vamos ter
A partir das 7 horas,
Um momento de prazer,
A construção coletiva,
A escola vai crescer.
3

Planejar a educação,
Tarefa de todos nós,
Professor, funcionário,
Aluno com vez e voz,
Escola libertadora
Dessa forma se constrói...

E assim nós convidamos,
Vamos logo planejar
A escola do presente
Onde pensamos chegar
Ao sucesso de todos,
Venham conosco somar.

Dia 12 de novembro
Queremos todos presentes,
7 horas da manhã
Pra tornar forte a corrente
Com todos participando
A escola irá pra frente.

Você, autor principal
Dessa nossa construção,
Aqui não há coadjuvante,
Pois quem faz a educação
Traz cultura e o saber
Sempre em primeira mão...
4

O convite que lhe faço
Não deverá ser negado,
Educação tem que ser
Um batalhão de soldados
Contra a ignorância
Tendo o amor como legado.

A nossa filosofia
Sabemos como fazer,
O saber é construção,
Emoção e muito prazer
Sem faltar entusiasmo
Pro ensino não morrer.

Você que é consciente
Do papel de educador
Venha somar com a gente,
Multiplicar seu valor,
Dividir criatividade,
Subtrair o desamor.

Quarta-feira, 17,
Conforme o combinado,
Nós contamos com você
Pro trabalho planejado
Você é muito importante
Na construção do legado...
5

Vamos então construir
O projeto desejado
A água, o tema gerador,
Por todos, já trabalhado,
Do aluno ao professor
O assunto foi esgotado.

Quando tudo é planejado
De forma bem consciente
E expressa a cidadania
De maneira contundente
O compromisso com a causa
Modifica o ambiente.

A ação transformadora
Nega o proselitismo,
É de fato compromisso,
É dialógo e altruísmo,
É a luta que transforma
O inferno em paraíso.

Na certeza de que todos
Lutam pela educação
E entendem que o professor
É bem mais que profissão,
Conto com todos presentes
Se amando como irmãos.
6

O ano 2004
Já começou pra valer,
Alunos e professores
Preparam o seu dever,
Agora é planejar,
Edificar o saber.

O saber que não se sabe
Não conhece seu destino,
Todo caminho é válido,
É um conhecer sem tino,
Há os que morrem fazendo
E os que vivem sumindo.

Pra assumir essa tarefa,
A missão de educador,
Planejar é importante,
É papel do construtor
Do saber comprometido
Na construção do amor.

Sexta-feira, dia 6
De março, queremos ver
Todo mundo reunido,
Construindo o saber
De uma escola eficiente
Para o aluno aprender.
7

Vamos planejar a vida
Da escola que queremos
E somar os nossos sonhos,
Pois juntos nós venceremos
Pra mudar a realidade
Da escola que nós temos.

Dia 31 de março,
7 horas, precisão,
Iremos nos reunir
Pra planejar a ação
Com todos participando
Faremos transformação...

Não pensemos oprimidos,
Queremos libertação,
O valor da liberdade
Tem que está em nossas mãos,
Imbuídos no trabalho
Faremos o cidadão...

A responsabilidade
De ser um educador
Pode mudar a história
Se formos mais que um ator,
Se vestirmos a camisa
Do poder transformador.
8

Pra construir nossa história
Não basta lápis na mão,
Devemos nos engajar,
Valorizar a missão,
Pois papel de educador
É fazer revolução...

"Revolução" com a paz,
Mas nunca negar a luta,
Acreditar que o futuro
Não se faz com a força bruta,
Com um trabalho consciente
A liberdade se avulta...

Dia 14 de abril
Repetimos nossa ação,
Outra vez queremos ter
Um pouco de sua atenção
Somando os nossos sonhos,
Causas da educação.

É um momento prazeroso
Que iremos realizar,
Discutindo os PCNs,
Novas formas de ensinar,
Cada um faz sua parte
Na arte de educar.
9

O ECA é debatido,
Pois nós somos conscientes
Que a criança é o futuro
Quando amada no presente,
Respeitando seus direitos
O Brasil irá pra frente.

Temos a LDB
Norteando a discussão,
Um agir comprometido
Com um homem em construção,
Estes temas discutidos
Elevam a educação.

A proposta pedagógica
Será reavaliada,
Se o caminho foi curto
Ou se falta muita estrada
Ainda a percorrer
Nessa nossa empreitada...

Há um texto a ser lido
Pra nossa reflexão
É dinâmica com certeza
Com muita animação
Tudo isso será feito
Com sua participação.
10

Quarta-feira, mês de abril,
Espero não esquecer,
É o dia 28
Quero contar com você
Pra mais um planejamento
Onde todos vão crescer.

Crescer em conhecimento,
Em troca de experiência
Cada um mostra o que faz
Em português ou ciência,
Desta forma todos podem
Ampliar as consciências.

Vamos somar os saberes,
Multiplicar a esperança,
Subtrair egoísmo,
Dividir a confiança,
Dessa matemática surge
Um coração de criança.

Se você não comparece,
Grupo vai diminuir,
Nossa corrente se quebra,
O sonho vai diluir,
O pessimismo domina
Se a gente não persistir.
11

O trabalho é de todos,
É construção coletiva,
São idéias e palavras
De mentes sempre ativas
Que elevam o nosso ego
De uma forma construtiva.

Venha você e seu sonho,
Traga junto o entusiasmo,
Convide a teimosia,
Vamos vencer o marasmo,
Fazer da educação
Amor, paixão e um caso.

O atleta se aperfeiçoa
Em seus longos treinamentos,
O professor sempre cresce
Fazendo planejamento,
Por isso eu vos convido
Pra mais um congraçamento.

No dia 12 de maio,
19 horas, você
Terá oportunidade
De mais uma vez fazer
Plano participativo
Com alegria e prazer.
12

Não procrastine o futuro,
Viva sempre o presente;
O esforço de cada um
Faz o amigo contente,
Descortina o horizonte,
Fortalece a corrente.

Vamos pintar a aquarela
Com o pincel do amor.
As cores da esperança
Estão com o professor
Que acredita no que faz
E expõe o seu valor...

Quanto mais você se ausenta
Do processo em construção,
Mais distante o futuro
Ficará de nossas mãos,
Venha rápido, tenha pressa,
Diga sim à educação.

A pedagogia é prática,
É caminho e razão,
Com o tijolo do saber
Fazemos educação
Com o planejar se busca
Unir amor e paixão.
13

Não deixe seu sentimento
Se diluir no presente
Transferindo o seu sonho
Para algo muito ausente,
Cada um é responsável,
Vamos plantar a semente.

Mais uma vez vos convido
Na certeza de contar
Com o interesse de todos:
Educação planejar,
O dia é 26
De manhã, ao sol raiar.

Iremos acender juntos
A chama da esperança,
Levar a luz do saber:
Adulto, jovem e criança,
Cada um faz sua parte
Sem precisar de cobrança.

Não deixe morrer na esquina
Tudo que você plantou,
No poema do saber
Só rima, onde há amor,
E pregar a cidadania
É ofício de educador.
14

O trem de nossa história
Exige muito vagão
E aquele que não o adentra
Põe em risco a construção,
Esvazia o nosso sonho
E não chega à estação.

Cada um educador
Sabe o trabalho a fazer.
Quando alguém se distancia
Faz o grupo esmorecer
E o projeto da escola
Pode se comprometer.

Com trabalho e teimosia
A esperança desabrocha
Como a flor perfumada
Ou até mesmo uma tocha
Clareando o caminho
Aparando aresta e rocha.

Espero ser proveitoso
O convite aqui feito,
Só construímos a paz
Somando nossos defeitos,
Todos juntos construindo
Cada um com o seu jeito.
15

É mesmo uma luta árdua,
Mas não perco a esperança
Que o resultado de tudo
Faz crescer a confiança
Num país sem analfabeto
Valorizando a criança.

A cada planejamento
Uma dinâmica saudável
Além de um texto importante,
Que é sempre recomendável,
Finda com avaliação
De forma bem amigável.

Tudo isso acontece
No Machado de Assis
Em Tibiri, Santa Rita,
Sem medo de ser feliz
Enfrentamos desafios
E sempre pedimos bis.

A nossa pedagogia
Que é sucesso, nasceu
Há muitos anos atrás,
Sempre o nós, sufoca o eu,
Se hoje colhemos frutos
Agradecemos a DEUS.
FIM-16

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Literatura de Cordel

Fantasmas que rondam o ser
Autor:
Mariano Ferreira da Costa
Revisão: Francisco Ferreira Filho Diniz



Os fantasmas que há em nós
Temos forças pra vencê-los
São estúpidos algozes
Com eles só há atropê-los
Conscientes deste mal
Nós poderemos rendê-los.

O medo é um fantasma
Que nossa mente perturba
Todos projetos que temos
Este fantasma derruba
Com o medo dentro da gente
Na vida não há quem suba.

Nada se realiza
Se o medo está presente
Quem é amigo avisa
Tire o medo da frente,
Procure ser vencedor
E viver alegremente.
01

Quem ao medo se entrega
À vitória é impossível
O futuro não existe
É um sentimento horrível
Se a estrada é reta
Ele logo muda de nível.

Pra vencer este fantasma
Temos que buscar no ser
A força da esperança
Com ela iremos crescer
Descortinar o futuro
Pra novo horizonte ter.

Cada um de nós tem
A sua idiossincrasia.
Há os que tendem à tristeza,
Outros que tendem à alegria
Mas com o medo na frente
Só há noite, nunca dia.
02

O fantasma "só comigo"
Perturba corpo e mente
Atribui tudo a si
Do pessimismo é vertente
Toda mazela do mundo
Está dentro dessa gente.

É um fantasma engraçado
Ele é sempre coitadinho,
Muito desinteressado,
Está à margem do caminho,
Não assume compromisso,
Vive a sair de fininho.

É uma eterna vítima
Em qualquer situação,
Pra onde for ele grita
Para causar compaixão,
Tudo reclama e chora
Querendo nossa atenção.
03

É uma figura casmurra,
De caráter duvidoso,
Está sempre ensimesmada
Com o seu jeito raivoso,
Quando chora nada sente
Tem um aspecto jocoso.

Sente-se um castigado
Num eterno coliseu
Culpa a todos sem razão
Pois o mundo é fariseu,
Que mata, rouba e assalta,
Mas quem sofrerá sou eu.

Assim vive esse fantasma
Espalhando seu veneno
Azucrinando o espírito
Do adulto e do pequeno
Quem dele não se liberta
Passa a vida sofrendo.
04

"Eu não disse" é um fantasma
Que está sempre de plantão
Sabe tudo antecipado
Vive a fazer previsão
Quando tudo dar errado:
- Eu não disse cidadão!

É fantasma perigoso
Vive o tempo a dizer:
Eu não disse; não dar certo;
Se tentares, vais perder;
Quando falo, acontece
Ou inda vai acontecer.

Assim vive destilando
O veneno do pessimismo
Ao povo vai avisando:
- Se quer sair do abismo
Não tente nenhuma vez,
É o próprio ceticismo.
05

Tudo que é ruim já sabia
Pra quem perder, já avisou:
- Você lembra daquele dia
Quando meu time jogou?
Quem é amigo avisa
Você que não escutou.

Faz a mídia do mal
Avisando na esquina
- Eu não disse que ia acontecer!
Chama atenção da menina
Tudo que falo acontece
É verdade cristalina.

Eu não disse, é esperto
Em fazer premonição
Vive sempre de olho aberto
Buscando ocasião
De falar para alguém
Quando o encontra em aflição.
06

Não venha falar em sonho,
O que pensa no futuro
Pois este fantasma fica
Sempre em cima do muro
O que é bom atrapalha,
Apaga e deixa escuro.

O fantasma do pessimismo
É o seu nome real
O sucesso ele rejeita
A derrota tem seu aval
Quem do pessimismo é vítima
Ver no outro sempre o mal.

É o maior dos fantasmas,
Apaga toda esperança
Não acredita no sonho
No coração de criança,
Derruba todos castelos
Como se fosse vingança.
07

O dia está sempre feio,
A noite apaga as estrelas,
A que brilha mais no céu
Ele não procura vê-la,
A ocasião mais bela
Já procurou esquecê-la.

Não adianta sorrir,
Não tem graça no picadeiro.
Este palhaço não presta
Acho que perdi o dinheiro,
Acaba com toda festa
Todo dia o ano inteiro.

O pessimismo derruba
Todo castelo de sonho,
Encontra sempre motivo
Para se sentir tristonho
Nada de bom lhe atrai,
Pra ele tudo é medonho.
08

Não é Deus, pensa que é
O fantasma "Onipresença"
Acha-se o mais importante
Tudo é ele quem pensa,
O saber só ele tem
Filosofia e ciência.

Ele quer estar presente
Em toda situação
Quer ser dono da verdade,
Tem a força de um Sansão,
É quem domina a cidade,
Tem a chave em suas mãos.

Tem todo o conhecimento,
Topa qualquer parada,
Não perde para ninguém,
Tudo para ele é nada,
É o maior corredor
Quando pega uma estrada.
09

O povo é impotente,
Só ele resolve tudo.
Quando fala é eloqüente,
Tem todo o saber do mundo
E trabalha mais que todos
O resto é vagabundo

Está em todo lugar
Chamando sempre a atenção
Quer ser sempre respeitado,
Adora um aperto de mão,
Nas festas de aniversário,
Carnaval e São João...

O psiquê humano cria
Várias formas de agir
Mas, só Freud é quem explica
O fazer e o sentir.
O mito do super homem,
Até quando vai existir?
10

O fantasma brincalhão
Não leva nada a sério
Brinca em todo ambiente
Até mesmo no cemitério
No momento importante
Apresenta despautério.

Tudo é causa de risada,
Vive a praticar lambança,
Carece amadurecer,
Comporta-se como criança
E quem tem esse fantasma
Regride, nunca avança.

Faz da vida um teatro,
O que diz é sempre brincando,
Dois mais dois não soma quatro,
Tudo que faz é blefando,
Sua verdade é mentira,
Está sempre enganando.
11

Não precisa se pintar
Para fazer palhaçada
Quando oferecemos leite
Ele prefere coalhada
Onde ele está presente
Escuta-se a gargalhada.

Parece ser o mais feliz
Com seu jeito brincalhão,
No fundo tudo é tristeza
Pergunte a seu coração
Sua alma vive presa
Amarrada a solidão.

Esses fantasmas existem,
São mesmo patologia
Que rondam o sentimento
Seja noite, ou seja dia.
Cuide logo de curar-se
Senão o amor atrofia.
12

As vezes pra se libertar
É preciso terapia,
Pra elevar o espírito
E seguir a estrela que guia
Pelos caminhos da fé
Pois esta é a única via.

O fantasma você cria
Dentro de sua mente.
Para viver com alegria
No meio de tanta gente
Liberte o seu espírito
Seja cidadão prudente.

Liberte-se do pessimismo,
Alimente a esperança,
No coração, altruísmo,
No espírito, uma criança
Com certeza o paraíso
Cedo ou tarde se alcança.
13

Acenda a sua luz,
Você nasceu pra brilhar,
Ao sucesso faça jus,
Procure ao outro ajudar,
Quem a bondade conduz
Está pronto para amar.

A psicologia ajuda
A descobrir os caminhos.
Busque se conhecer,
Não se prenda em seu ninho,
Bata as asas, voe alto
Como faz um passarinho.

Em cada caminho vivido
Novo horizonte terás,
Desabroche para a vida,
Construa um mundo de paz,
Viva firme no presente
Que o errado se desfaz.
14

A psicanálise explica
Através da regressão
A origem dos fantasmas
Que estão lá no porão
Massacrando o seu ser
Como fosse furacão.

Mas as vezes pode ser
Um simples deslocamento
Que o superego busca
Pra evitar o sofrimento
De um ide em pedaços
E um eu em fragmentos.

Os fantasmas são demais,
São verdadeiros heróis
Os outros ficam pra trás
Eles desconhecem o nós
Tudo eles edificam
O resto é quem destrói.
15

Só eles possuem força,
Vulcões em atividade
Sentem-se donos do mundo
Compram e vendem a cidade,
Não perdem para ninguém
Fazem tudo, sem maldade.

Não se sabe até quando
Esta força permanece
Por isso estou avisando:
O homem só enobrece
Com amor no coração,
Atitude e muita prece!

A fé que move montanhas
É a mesma que vai derrubar
Todo tipo de fantasma
Que vive a perturbar
E com a ajuda de DEUS
Podemos nos libertar.
FIM
16

Literatura de Cordel

O Luxo Que Vem do Lixo
A experiência da Escola Estadual Machado de Assis
em Tibiri II, Santa Rita-Paraíba




Autores:
Francisco Ferreira Filho Diniz
Mariano Ferreira da Costa
__________________________________

ESCUTE, PRESTE ATENÇÃO
AO QUE NOSSO VERSO DIZ
BUSQUE SER INTELIGENTE,
LUTE PARA SER FELIZ
E CONHEÇA O TRABALHO
DO MACHADO DE ASSIS.

QUE É UMA PEQUENA ESCOLA ,
EM TIBIRI, SANTA RITA
NO SOLO PARAIBANO
TERRA QUE É SEMPRE BENDITA
PELAS ÁGUAS MINERAIS
E POR TER MOÇA BONITA.

NESSA ESCOLA HÁ O CUIDADO
DE FALAR EM PRESERVAÇÃO
DO NOSSO MEIO AMBIENTE
E DEVIDO A SUA AÇÃO
GANHOU RECONHECIMENTO
EM VÁRIAS PARTES DA NAÇÃO.

SUA PEDAGOGIA É SIMPLES
FÁCIL DE ENTENDER
RECICLA O LIXO DO BAIRRO
EM SEGUIDA VAI VENDER
E COM O DINHEIRO QUE GANHA
DISCUTE O QUE VAI FAZER.
01

INVESTE NA CONSCIÊNCIA
DO ALUNO, DO PROFESSOR,
DE TODO FUNCIONÁRIO
E DE QUEM PRECISO FOR
PARA DAR À NATUREZA
O SEU DEVIDO VALOR.

O MACHADO DE ASSIS
ERA UMA ESCOLA ABANDONADA,
DISPUNHA DE POUCO CRÉDITO,
DE LIXO ERA RODEADA
AS FOTOS NÃO DEIXAM DÚVIDAS
QUEM QUISER, DÊ UMA OLHADA.

COMO QUASE TODA ESCOLA
DA NOSSA REDE ESTATAL
ATENDIA À COMUNIDADE
E SÓ OFERECIA O TRIVIAL,
O COMPROMISSO ERA POUCO
COM O ASPECTO SOCIAL.
02

MAS UM DIA, FELIZMENTE
SURGIU UM NOVO DIRETOR
MARIANO FERREIRA DA COSTA
O TRABALHO COMANDOU
PÔS EM PRÁTICA UMA BELA IDÉIA
AÍ A COISA MUDOU.

NÃO FOI DA NOITE PRO DIA
QUE OCORREU A MUDANÇA
DO ESFORÇO E LUTA ÁRDUA
FEZ NASCER A CONFIANÇA
NUMA ESCOLA DE QUALIDADE
QUE ERA MAIS QUE ESPERANÇA.

MARIANO QUE É FILÓSOFO
E POETA POPULAR
TEM A SENSIBILIDADE,
SABE BEM ENXERGAR
INVESTIU A SUA VIDA
PRO MACHADO TRANSFORMAR.

NO COMEÇO DA EMPREITADA
ELE LOGO CONVIDOU
PAIS, ALUNOS, PROFESSORES,
E TAMBÉM O TRABALHADOR
DA SECRETARIA OU APOIO
PRA DAR À ESCOLA O SEU VALOR.
03

DEFINIU PRIORIDADES
E FORMAS DE ATUAÇÃO
PARA ADQUIRIR RECURSOS
PRA MUDAR A SITUAÇÃO
DA PARTE FÍSICA DA ESCOLA
QUE ERA UMA NEGAÇÃO.

E NESSA RECONSTRUÇÃO
O GOVERNO POUCO AJUDOU.
MARIANO FEZ UM PROJETO
E À COMUNIDADE MOSTROU:
VENDER O LIXO RECICLADO,
A IDÉIA FUNCIONOU.

REFORMULOU-SE A ESCOLA
COM O DINHEIRO OBTIDO
AS CONTAS SEMPRE PRESTADAS
E ONDE TUDO ERA INVESTIDO,
ACABOU-SE A IMAGEM
DE UM PRÉDIO SUJO, ESQUECIDO.
04

A COMUNIDADE ESCOLAR
MELHOROU A CONSCIÊNCIA
EM RELAÇÃO AO AMBIENTE
E DEFENDE-O COM FREQÜÊNCIA
ISSO DEVIDO A UM TRABALHO
COM AMOR E PERSISTÊNCIA.

HOUVE CERTA RESISTÊNCIA
QUANDO TUDO COMEÇOU
CATAR LIXO NA RUA
NEM TODO MUNDO GOSTOU
MAS COM O TEMPO ESSE GESTO
A COMUNIDADE APROVOU.

POIS SIGNIFICAVA MELHORA
À ESCOLA E AO AMBIENTE
ERA DINHEIRO A INVESTIR
NUMA EDUCAÇÃO DECENTE
DEIXANDO O BAIRRO MAIS LIMPO
E UM POVO MAIS CONSCIENTE.

OUTRO PROJETO IMPORTANTE
NA ESCOLA FOI IMPLEMENTADO
TER ERVAS MEDICINAIS
NUM CANTEIRO ORGANIZADO
DE NOME "FARMÁCIA VIVA"
ASSIM FORA BATIZADO.
05

QUE SERVE A TODOS DA ESCOLA
E A QUEM DA COMUNIDADE
PRECISA DE UM REMÉDIO
PRA CURAR ENFERMIDADE
É O SABER DOS MAIS ANTIGOS
SERVINDO À MODERNIDADE.

PARA AMPLIAR OS RECURSOS
E PRA ESCOLA MELHORAR
MARIANO SUGERIU
O CAMPO E QUADRA ALUGAR
NOS HORÁRIOS DISPONÍVEIS
MUITA GENTE VEM JOGAR.

OS RECURSOS QUE RECEBE
SÃO USADOS HONESTAMENTE
PDE OU PDDE,
GASTOS CORRETAMENTE
E OS RESULTADOS SE VÊ
AO ADENTRAR A PORTA DA FRENTE.
06

UM JARDIM MUITO BONITO,
UM AMBIENTE CONSERVADO,
LIMPEZA POR TODO CANTO
PORQUE O ALUNO É EDUCADO
A NÃO JOGAR LIXO NO CHÃO,
É UM TRABALHO PREMIADO

POR DIVERSOS ORGANISMOS
DE TRABALHO SOCIAL,
MOSTRADO NA REDE GLOBO,
FALADO MUITO EM JORNAL,
EM RÁDIO E TAMBÉM REVISTA
PELA LUTA MAGISTRAL

EM DEFESA DA NATUREZA,
EM PROL DA EDUCAÇÃO.
DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
JÁ RECEBEU ATÉ MOÇÃO
DE APLAUSO POR QUATRO VEZES
RECONHECENDO SUA AÇÃO.

DEU TRABALHO SEMEAR
O FRUTO HOJE COLHIDO
FOI NECESSÁRIO UM AGIR
SÉRIO E COMPROMETIDO
DE TODA A EQUIPE DA ESCOLA
QUE É EXEMPLO E DÁ O SENTIDO.
07

POIS VIVE A REALIZAR
SEMPRE CAPACITAÇÃO
IMAGINE SE O PROFESSOR
TIVESSE REMUNERAÇÃO
COMO DE FATO MERECE
SERIA MELHOR SUA FUNÇÃO...

SE O MACHADO DE ASSIS
DISPUSESSE DA ESTRUTURA
DE MATERIAL E FINANÇAS
COM A SONHADA FARTURA,
GUIADA POR MARIANO,
SERIA BELEZA PURA.

SE HOJE ELA RECEBE
VISITA DE PROFESSOR,
DE ALUNOS, DE EMPRESÁRIOS,
E ATÉ DE GOVERNADOR
ISSO É PROVA QUE O TRABALHO
É FRUTO DE BOM SABOR.
08

E AQUI EU ME DESPEÇO
E PASSO A RELATAR
OS VERSOS DE MARIANO
QUE É POETA POPULAR
QUE ESCREVE SOBRE O AMBIENTE
E A TAREFA DE EDUCAR:

"A NATUREZA É FONTE
DE GRANDE INSPIRAÇÃO
OS MOVIMENTOS E CORES
ELA DAR EM NOSSAS MÃOS
ESSA MODA NUNCA CAI
DE INVERNO A VERÃO.

QUANDO CHEGA A PRIMAVERA
ELA SE VESTE DE FLORES
NO INVERNO SE AGASALHA
NAS FOLHAS E SEUS VERDORES
NO VERÃO ELA RENOVA
PRA GANHAR NOVOS AMORES.

QUANDO O AMBIENTE É SAUDÁVEL
TODO O MUNDO É FELIZ
MOSTRE SER UMA PESSOA AMÁVEL
CORTE O MAL PELA RAIZ
NÃO MALTRATE A NATUREZA
AJUDE AO MACHADO DE ASSIS.
09

PARA O LIXO VIRAR LUXO
CONTINUE RECICLANDO
A NATUREZA RELUZ
SE ESTÃO LHE AGRADANDO
OU DO CONTRÁRIO, AGRIDE
A QUEM ESTÁ LHE DESPREZANDO.

PRA LIMPAR O AMBIENTE
COMECE POR SUA CASA
NÃO JOGUE O LIXO NO CHÃO
NEM O FAÇA VIRAR BRASA
COLETE TUDO DEPRESSA
VEJA BEM SE NÃO SE ATRASA.

SE CADA UM FAZ SUA PARTE
E CUIDA BEM DA NATUREZA
REAPROVEITANDO O LIXO
VOCÊ PODE TER CERTEZA
O MUNDO SERÁ DIFERENTE
E TERÁ OUTRA BELEZA.
10

A NATUREZA AGRADECE
QUEM A TRATA COM CARINHO
DERRAMA CHUVA EM PRECE
ENFEITANDO TEU CAMINHO
A QUALQUER HORA DO DIA
SEJA TARDE OU CEDINHO.

A TERRA É PLANETA ÁGUA
JÁ DIZIA O CANTOR;
A ÁGUA É FONTE DE VIDA,
SABE DISSO O EDUCADOR
QUE DE FORMA CONSCIENTE
PEDE AO MUNDO POR FAVOR:

EVITE DESPERDIÇAR,
NÃO DEIXE A ÁGUA ESCORRER
PELO RALO, SEM CONTROLE
CUIDADO, É PRECISO TER
SE NÃO O QUE É PRECIOSO
PODE DESAPARECER.

AS CORES, FLORES E SOM
ENCONTRAMOS NA NATUREZA
O COMPUTADOR NÃO SUPERA
UM MILÉSIMO DESSA BELEZA
ELA OFERECE DE TUDO,
É ONDE ESTÁ A RIQUEZA.
11

NA PASSARELA DA MODA
O BELO NÃO SE RETIRA
NOS FIGURINOS MAIS CAROS
O ESTILISTA SE INSPIRA
AS CORES E OS MOVIMENTOS
DA NATUREZA ELE TIRA.

A NATUREZA É FASHION
DE INVERNO A VERÃO
NO OUTONO E PRIMAVERA
EM QUALQUER UMA ESTAÇÃO
TEM UMA BELEZA INEGÁVEL
QUE ESTIMULA A INSPIRAÇÃO.

ESTEJA SENSIBILIZADO
NOSSA TERRA É UM PARAISO
NÃO MENOSPREZE O PLANETA
ATENDA AO MEU IMPROVISO,
NÃO POLUA NOSSA ÁGUA
ESCUTE BEM O MEU AVISO.
12

DIGA NÃO À VIOLÊNCIA
FÍSICA E AMBIENTAL
BUSQUE MELHORAR A VIDA
A PARTIR DO NOSSO QUINTAL
TIRE O LIXO DA PORTA
POIS AO VIZINHO FAZ MAL.

CADA UM É OPERÁRIO
PAI, ALUNO, PROFESSOR
AGENTE COMUNITÁRIO,
ESTUDANTE, CONSTRUTOR,
FUNCIONÁRIO EM GERAL
TODOS TÊM O SEU VALOR...

NO DEBATE DEMOCRÁTICO,
NA AÇÃO PARTICIPATIVA
COM INTERESSE E CORAGEM
QUEM SEMEIA E CULTIVA
COLHERÁ O IDEAL
DE UMA SOCIEDADE ALTIVA.

A AÇÃO DE CADA UM
É TIJOLO NA CONSTRUÇÃO,
É UMA PEÇA DO ANDAIME,
É CIMENTO NA FUNDAÇÃO
NA EDUCAÇÃO DE VERDADE
O BOM É A PARTICIPAÇÃO.
13

COM UMA GARRAFA DE PLÁSTICO
A GENTE PODE FAZER
ENFEITE PRA PÔR NA SALA,
PARA O QUARTO DO BEBÊ,
LEMBRANCINHAS PARA FESTAS
E ATÉ CASA, PODES CRER.

ALÉM DISSO VOCÊ PODE
COM ESSE GESTO SALVAR
A VIDA DA NATUREZA,
A FRUTEIRA DO POMAR,
A ÁGUA DA CORRENTEZA
E O SEU BANHO DE MAR.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL,
ÉTICA E CIDADANIA
SÃO ASSUNTOS NECESSÁRIOS
NA ESCOLA TODO DIA
E SE O ALUNO ESTÁ CONSCIENTE
DEFENDE-OS COM ALEGRIA.
14

VOCÊ ESTÁ CONVIDADO
A CONSTRUIR O FUTURO
PLANEJANDO O PRESENTE
POIS O TRABALHO SÓ É DURO
PRA QUEM VIVE DO IMPROVISO
E NÃO SAI DE CIMA DO MURO.

VAMOS CHAMAR A ATENÇÃO
PRO CUIDADO A NOSSA FLORA,
À FAUNA, À ÁGUA LIMPA
DIA-A-DIA, A TODA HORA
TRATAR BEM O SOLO, O AR
E A TERRA ONDE SE MORA.

SE VOCÊ AINDA IGNORA
E VIVE A DEGRADAR
RESPEITE OS SERES VIVOS
PARE JÁ DE EXPLORAR
VEJA O EXEMPLO ANIMAL
A NATURA PODE ENSINAR:

O SAPO QUE É JARDINEIRO
NÃO CANSA DE TRABALHAR
DE DIA ELE SE ESCONDE
A NOITE SAI PRA CAÇAR
BORBOLETAS E BESOUROS
PRATO CERTO PRO JANTAR.
15

É FEIO QUE METE MEDO
MAS TEM A SUA FUNÇÃO
A NATUREZA PRECISA
QUE TODOS DÊEM UMA MÃO
PRA MANTER O EQUILÍBRIO
E PARA A PRESERVAÇÃO.

O PAPEL DA EDUCAÇÃO
É MUITO MAIS QUE ENSINAR,
É LUTAR PRA QUE O HOMEM
BUSQUE SE CONSCIENTIZAR
DA SUA IMPORTÂNCIA NO MUNDO
PRA ELE NÃO SE ACABAR.

DEVEMOS DA TERRA CUIDAR
PRO MENINO E PRO AVÔ,
PARA TODAS GERAÇÕES
E DIA-A-DIA LUTAR POR
RESPEITO, DIGNIDADE
E PELA EXPANSÃO DO AMOR".
FIM
16

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PARA FALAR DE AMOR
Mariano Ferreira da Costa

01
Para falar de amor,
Consulto o coração
Convido o sentimento
E busco na emoção
No mais profundo do ser
Vejo ele aparecer
Como se fosse um clarão.

02
Os seus raios são de luz
Penetrando as profundezas
Clareando a escuridão
Varrendo toda tristeza
Visitando a saudade
Destruindo a maldade
Como água em correnteza.

03
Para falar de amor,
Peço licença a você
Que sem usar palavras
Faz ele aparecer
Como um raio na amplidão
Na escuridão do meu ser.

04
Para falar de amor,
Muitas cartas escrevi
Poemas eu recitei
Mas, tudo já esqueci
No arquivo do tempo
Como folhas ao vento
Foram embora e não vi.

05
Para falar de amor,
Voltei a minha infância
Fui buscar lá no passado
No arquivo da lembrança
As cantigas de ninar
Minha mãe a acalentar
Quando eu era criança.

06
Para falar de amor,
Consultei uma criança
Com o seu belo sorriso
Fez nascer a esperança
Que amar é presente
O passando é ausente
Registrado na lembrança.
07
Para falar de amor,
Consultei um apaixonado
Preso aos sentimentos
Disse o amor ter achado
Estou preso dentro dela
Essa morena tão bela
Não precisa cadeado.

08
Para falar de amor,
Nas noites me escondi
Olhando para as estrelas
Na mais distante eu vi
Uma fogueira crepitante
Como pedra de brilhante
Nunca mais a esqueci.

09
Para falar de amor,
Busquei na quiromancia
Nos traços de minhas mãos
Uma vidente anuncia
A história de meu destino
E todos os desatinos
Que eu tive algum dia.

10
Para falar de amor,
Li na literatura
Dos poetas românticos
Das mais nobres figuras
Dos vates condoreiros
Viajei o mundo inteiro
E voei lá nas alturas.

11
Para falar de amor,
Pensei que fosse magia
Uma ilusão de ótica
Que o sol da paixão irradia
Mas no silêncio do ser
Só o amor pode dizer
Qual sua filosofia.

12
Para falar de amor,
Recorri a natureza
Que o obstáculo do rio
Não suporta a correnteza
Remove a pedra do leito
Afasta de qualquer jeito
A água não fica presa.


13
Para falar de amor,
Olhei para um jardim
Admirei uma rosa
Conversei com o jasmim
Dialoguei com o tempo
Passeei com o vento
E não cheguei ao seu fim.

14
Para falar de amor,
Busquei na arquitetura
Obras de cimento e cal
A expressão da cultura
Mas nas disso é eterno
Não suporta o inverno
Aumentando as ranhuras.

15
Para falar de amor,
Ouvi com muita atenção
A vos dos grandes poetas
Recitando no salão
Levados pelos aplausos
Os contadores de causos,
Inflamando a multidão.

16
Para falar de amor,
Li num receituário
Que este sentimento único
Percorre caminhos vários
Não só no homem reside
Mas, só ele em quem decide
Para o homem o seu páreo.

17
Para falar de amor,
Ouvi belas pregações
Nas noites e madrugadas
Os inflamados sermões
Dos maiores oradores
E exímios pregadores
Sacudindo as emoções.

18
Para falar de amor,
O teatro eu freqüentei
As belas interpretações
Uma a uma eu sondei
Aplaudi muitos artistas
E nas capas das revistas
O amor eu não achei.


19
Para falar de amor,
Fui a muitos festivais
Da música e da canção
Saber quem canta mais
O amor que a canção canta
Só o sentimento encanta
E no coração não vai.

20
Para falar de amor,
Decorei muitos sonetos
De Vinícius, o poetinha,
E Drumond, bate no peito
Mas, foi Fagundes Varela
Que abriu uma janela,
Me deixou quase sem jeito.

21
Para falar de amor,
Augusto deu uma dica
Que esta grande mentira
Nem mesmo Freud explica
Que amizade verdadeira
Só existe na caveira
Que no cemitério fica.

22
Para falar de amor,
Muita gente enlouqueceu
Os poetas mal do século,
Todo vinho já bebeu
Recitando na noite fria
Entregando-se a nostalgia
O amor não apareceu.

23
Para falar de amor,
Freqüentei as galerias
As belas obras de artes,
Naquelas paredes frias
Aquarelas e afrescos
Não me deu o endereço
Do amor que existia.

24
Para falar de amor,
Fui vaqueiro e peão
Montei em cavalo bravo.
Percorri todo sertão,
A traz da mulher amada
Enfrentei muitas paradas
Montado no alazão.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

NORDESTINAÇÃO
Mariano Ferreira da Costa

01
HÁ BRASIS E NÃO BRASIL,
CORPO, NAÇÃO, FRAGMENTADOS,
NAUFRAGADOS NAS CORRUPÇÕES
SOMOS TODOS VILIPENDIADOS
PELOS RALOS DO PODER
VEJO RIQUEZA DESAPARECER
AUMENTANDO OS DESCAMISADOS.

02
HÁ PROMESSAS DE DIAS MELHORES
EM RESGATE DA CIDADANIA,
FALAM QUE VOTO É PODER
QUE CONSTRÓI DEMOCRACIA.
O POVO INCAUTO VAI A LUTA
NAS PRAÇAS E RUAS SE AVULTA
LUTANDO POR ESSE DIA.

03
QUE A VOZ DOS DESCAMISADOS
POSSA ENFIM ECOAR
NUMA BELA SINFONIA
QUE VALHE A PENA LUTAR
QUE A FORÇA DO POVO UNIDO
SEDO OU TARDE SERÁ OUVIDO
COM A LUTA TRANSFORMAR.

04
O NORDESTE É UMA PROMESSA,
QUE DIAS MELHORES VIRÃO
DESSA TERRA SECA E ÁRIDA
DO SONHO E DA LUTA BROTARÃO
FLORES BRANCAS DA COR DA PAZ
MOSTRANDO COMO SE FAZ
NASCER DESSE ÁRIDO CHÃO...

05
O ÁRIDO CHÃO NORDESTINO
TEM GRANDE FERTILIDADE,
IRRIGADO COM O SUOR
ESTE POVO NA VERDADE,
AS INTEMPÉRIAS RESISTE
E DA LUTA NÃO DESISTE.
ENFRENTA AS ATROCIDADES.





06
JÁ DERRUBOU O CAMBÃO,
O JULGO DO CORONEL,
CONQUISTOU O VOTO LIVRE,
SENTIU O AMARGO DO FEL.
MAS COM A LUTA MUDOU
A LIBERDADE CONQUISTOU
COMO A ABELHA FAZ O MEL.

07
NO FALAR EUCLIDIANO:
“O NORDESTINO É UM FORTE”
RESISTE AO SOFRIMENTO,
ENGANA ATÉ A MORTE.
MAS, NÃO PERDE A DIGNIDADE,
MANTÉM A SERENIDADE,
A VERDADE É SEU SUPORTE.

08
APRENDEU COM A NATUREZA
A CONVIVER NESSE CHÃO,
TIRÁ DO ÚTERO DA TERRA
O SEU PRECIOSO PÃO.
SE DOBRA, MAS NÃO SE QUEBRA
É MAIS DURO QUE A PEDRA.
OS CALOS DE SUAS MÃOS.

09
TEM UMA SABEDORIA
QUE A ESCOLA NÃO ENSINA,
NÃO DEIXO NÃO MINHA TERRA,
VOU CUMPRIR A MINHA SINA,
QUANDO FALTA A LUZ DA LUA
E NÃO CHEGA A LUZ DA RUA
ACENDE A LAMPARINA.

10
É UM SUJEITO TEIMOSO,
ESSE HOMEM NORDESTINO
O TEMPO É PROFESSOR
A ESCOLA É O DESTINO.
ESCREVE COM A ENXADA NO CHÃO,
XAXANDO O SEU FEIJÃO
DESDE O TEMPO DE MENINO.
11
ACREDITA NO MAIS VELHO
EM TODA SUA CIÊNCIA
CONVERSA COM AS ESTRELAS
EM SÃO JOSÉ, TEM A CRENÇA.
QUE NO SEU SANTO DIA
PARA SUA ALEGRIA,
MANDA CHUVA COMO BENÇA.
12
FAZ PROMESSAS PARA OS SANTOS,
ACOMPANHA ROMARIA,
VISITA O JUAZEIRO,
ACENDE VELAS NO DIA
DO SANTO DE SUA CRENÇA,
JUNTA A FÉ E CIÊNCIA
NA ÁGUA DA MESMA BACIA.

13
NO MÊS DE JUNHO LÁ VAI
O NORDESTINO ORDEIRO
BUSCAR LENHA NO MATO
E ACENDER LÁ NO TERREIRO
UMA FOGUEIRA DE LENHA
E CLAREAR TODA BRENHA
PARA SEU SANTO PADROEIRO.

14
QUANDO É TEMPO DE INVERNO
PROMETE AO DEUS DIVINO
SE A SAFRA FOR MUITO BOA
E MUDAR O SEU DESTINO
CONVIDAR NOSSA SENHORA
NÃO VER PASSAR A HORA
PRA SER MADRINHA DO MENINO.

15
SE MENINA CHAMARÁ
MARIA DE NAZARÉ,
SE MENINO O NOME É CERTO
BATIZAREMOS JOSÉ,
COM MARIA MÃE DE JESUS
A MULHER DARÁ A LUZ,
COM O LENITIVO DA FÉ.

16
NORDESTE, NORDESTINADO
TERRA DE HOMENS DE CRENÇA
QUE DESAFIA O TEMPO
SUA FÉ NEGA A CIÊNCIA.
ACREDITA EM TAUMATURGO
VENCE O TIRANO VERDUGO,
COM A FORÇA DE SUA CRENÇA.
17
NESTE SOLO JÁ NASCERAM
MUITOS HERÓIS E HEROINAS
BRIGARAM CONTRA A INTEMPERIAS
VIRAM TUDO EM RUINAS
O SEU GADO VIRAR CARCAÇA
TUDO DA COR DA FUMAÇA.
ALIMENTANDO AS RAPINAS.
18
ACREDITARAM UM DIA
QUE O SERTÃO “VAI VIRAR MAR”
E PARTIRAM ATRÁZ DE UM HOMEM
SAINDO DO CEARÁ
O BEATO CONSELHERIO
ATRAVESSANDO TABOLEIRO
NA BAHIA FOI FICAR.

19
CONSTRUIU UM ARRAIAL
E O CHAMOU DE CANUDOS
NO SERTÃO DA BAHIA
COM A AQUELO POVO DESNUDO
DESAFIOU A NAÇÃO
PREGANDO A SALVAÇÃO.
O BEATO DISSE TUDO.

20
O GOVERNO CENTRAL,
COM SUA PREOCUPAÇÃO
ENVIOU O SEU EXERCITO
PRA GUERREAR NO SERTÃO
MAS SE VIU DERROTADO
PARECIA OUTRO ESTADO
DENTRO DA MESMA NAÇÃO.

21
FIZERAM QUATRO TENTATIVAS
PRA AQUELE POVO VENCER,
ATÉ QUE UM TRISTE DIA
ISSO VEIO ACONTECER,
O BEATO FUZILADO
PELOS ALGOZES ARRASTADO
FEZ CANUDOS EMUDECER.

22
DAS PAISAGENS RESSEQUIDAS
COMO FÊNIX DA MITOLOGIA
NASCEU NOVA ESPERANÇA
COMO SOL DO MEIO DIA
DA SERRA DA IBIAPAVA
O DESTINO PREPARAVA
O MENINO ZÉ MARIA.
23
COMO UMA PROMESSA DIVINA
QUE TARDA MAIS NÃO FALHA
AS PROFECIAS DE DEUS
SILENCIOSAMENTE TRABALHA
SURGE UM NOVO TAUMATURGO
LIVRANDO O POVO DO BURGO
QUE A VIDA SÓ ATRAPALHA.
24
ESTE MENINO MAIS TARDE
O NORDESTE CONHECEU
ERA O PADRE IBIAPINA
UM GRANDE PRESENTE DE DEUS
PREGANDO A CARIDADE
FEZ SURGIR NOVAS CIDADES
PARA ONDE ELE APARECEU.

25
UMA REGIÃO ONDE,
A MORTE É PREMATURA
PRECISAMOS GARANTIR
PARA O POVO SEPULTURA
E O PADRE IBIAPINA
CUMPRINDO A SUA SINA
FIEL AO DEUS DAS ALTURAS.

26
ALÉM DE CEMITÉRIOS,
AÇUDES E CACIMBÃO,
CONSTRUIU MUITOS ABRIGOS
FAZIA GRANDE PREGAÇÃO
DIZENDO PARA OS FIÉS
JUNTEM AS MÃOS E OS PÉS
PARA AJUDAREM OS IRMÃOS.

27
PARECE QUE O SOFRIMENTO
É A VOCAÇÃO DO NORDESTE
TEM ANO DE BOM INVERNO
MUITOS ANOS SÓ DE PESTE,
O POBRE VIVE EM FARRAPO
OUVINDO O CANTO DO SAPO
PERDIDOS PELOS AGRESTES.

28
A CADA SÉCULO SURGE
POR ESSES SERTÕES PERDIDOS,
UM CANTO DE ESPERANÇA.
SUPLANTANDO OS GEMIDOS
COMO ÚLTIMO BASTIÃO
SUGE O FREI DAMIÃO.
O ITALIANO QUERIDO.
29
EM NOME DA MADRE IGREJA
SEGUINDO O CONCÍLIO DE TRENTO,
ESTE PADRE CONSERVADOR,
OUVE DO POVO O LAMENTO,
PARA SE TER SALVAÇÃO
E RECEBER COMUNHÃO
SÓ SE FOR COM CASAMENTO.
30
CONFISSÃO SÓ AURICULAR,
NEGAVA A COMUNITÁRIA,
SUA VOZ QUASE INAUDÍVEL
PARECIA SECUNDÁRIA.
MAS O POVO O RESPEITAVA
A MULTIDÃO SILENCIAVA.
COM A SUA FÉ PRIMÁRIA.

31
NORDESTE, NORDESTINAÇÃO,
TEU SUDÁRIA É A POEIRA
TUAS LÁGRIMAS O ORVALHO
PINGANDO NAS GOTEIRAS
DE UMA VELHA CASA CAÍNDO
QUE O TEMPO VAI CONSUMINDO.
NO RELÓGIO DE ALGIBEIRA.

32
NORDESTE TEU BELO CANTO
É DE PURO SENTIMENTO,
CANTADO POR MENESTREL
NAS INCELÊNCIA E LAMENTO
NA VIOLA E CONCERTINA
TENDO AO FUNDO UMA LAMPARINA
NUMA SALA DE CIMENTO.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A FORÇA DA JUVENTUDE
Mariano Ferreira da Costa

01
A força da juventude
Regada por um ideal
Remove todos entulhos
Que a vida causa mal
Constrói a esperança
Quem espera sempre alcança
O sonho torna real.

02
Avante! Siga em frente,
Escreva enfim a história
De mãos dadas serás forte
A luta é meritória
De um sonho socialista
Será uma grande conquista
E maior é a vitória.

03
Liberdade não se compra
Nem se vende no mercado
Esta ação não tem preço
É sentimento mais cotado
Na bolsa do ideal
O maior do capital
Se chama vosso legado.

04
No pregão de vossa história
O que vale é união
Juventude de mãos dadas
Sonhando de pé no chão
Derruba os obstáculos,
A luta é o sustentáculo
Em prol da libertação...

05
Toda luta tem um preço
Que a moeda não paga
Se você é sonhador
Garanta aqui sua vaga
Venha conosco lutar
Para Dona Inês libertar
Da peste, fome e praga...





06
Resgatar a sua história
Compor um novo canto
Enxugar as suas lágrimas
Acalentar o seu pranto
Para nova história contar
E Dona Inês caminhar
Rasgar seu escuro manto.

07
Viver dias melhores
Com o seu povo liberto
Este sonho acalentado
Vejo que está perto
Uma juventude que luta
Dia e noite labuta
Com um sentimento correto.

08
Liberdade! Liberdade!
Não há grade que te prenda
Quando o povo sái as ruas
Contra a opressão horrenda
Faz sonho realidade,
Derruba a atrocidade.
O quebrado se remenda.

09
Tuas asas voam alto
Conquista a amplidão
É farol que ilumina
A estúpida escuridão
É força que arrebata
Mostrando de forma exata
O valor da união.

10
Quem a liberdade cativa
Da luta não desistirá
Sua força se renova
Todo dia que virá
Juventude socialista
Não perderá de vista
Quer asas para voar.








11
Conquistar novo horizonte
Modificar a paisagem
Política e social
Mostrando sua coragem
Essa juventude tem fé
Não arredará o seu pé
Contra a opressão reage.

12
Vestida com as cores quentes
De um crepúsculo de verão
Exatamente o laranja
A fruta da estação.
A juventude é quentura
Na luta ninguém tremura
Fé na luta pé no chão.

13
O povo já ouviu
O seu grito de protesto
Num documento escrito
Por nome de manifesto
Contra o prefeito impostor
Que insiste em impor
Para seu povo o resto.

14
Mas juventude inteligente
Não aceita imposição
Abraçou a bandeira
Do partido de oposição
O bravo PSB
Para em Dona Inês vencer
Nessa próxima eleição.

15
Com um programa ousado
Priorizando o social
Indo as ruas discutir
Tendo do povo o aval
Contra o continuísmo
Toda fama do Luisismo
Por um socialismo real.








16
Só com a força do povo
Se derruba ditadura
O governo se legitima
Esta força ninguém segura
Com os jovens de Dona Inês
Tendo voz e vez
Com Antonio na prefeitura.

17
Todos impérios caíram
Só os escombros restaram
No passado mais longínquo
Documentos registraram
Quedas de rei e rainha
Em Dona Inês se avizinha
O que os jovens cantaram.

18
Toda forma de ditadura
De governo opressor
O sonho de liberdade
É regado com amor
Fora! o Luisismo
Junto com o sinismo.
Dona Inês se libertou.

19
Os jovens estão nas ruas
Como na década de sessenta
Lutando por seus direitos
Qualquer tempestade enfrenta
Quem sonha com a liberdade
E Luta por equidade
Briga, quebra se arrebenta.

20
Deus deu asas aos pássaros
Para que eles possam voar
Asas do homem é sonho
Para ele realizar
Com o sonho da juventude
Mostrando ter atitude.
Dona Inês irá ganhar.








21
Construir um novo tempo
Alicerçado na fé
Caminhando para frente
Esta história não tem ré
Superamos os abismos
Com a força do altruísmo
Mostrando como se quer.

22
Aprendemos e ensinamos
Sem nenhuma pretensão
Aprendemos muito mais
E guardamos a lição.
Que democracia se constrói
A ditadura corrói
A força de uma nação.

23
Mas isso só acontece
Quando não há união
Quando o povo está disperso
Por uma alienação
Vende o votos a qualquer preço
E esquece o endereço
De quem votou na eleição.

24
Mas, só com a luta do jovem
A força se estabelece
Para essa juventude
Elevo a DEUS minha prece
Ao filho de Deus, ó Jesus!
A juventude dê luz
Que dona Inês agradece.
A AMBIENTALISTA, RACHEL CARSON
Mariano Ferreira da Costa

No início do século vinte
Na Pensilvânia nascia
A menina Carson
Filha de dona Maria
Tendo a mãe por formadora
Esta nobre escritora
Desde criança lia

Recebeu muita influência
Das leituras que fazia
As revistas infantis
Muita mais que fantasia
Abriu uma grande janela
Tendo como passarela
O ambiente que ela via

Aos onze anos de idade
Começou a escrever
Publicou suas histórias
Escrita com muito prazer
Daí foi uma crescente
Lutar pelo ambiente
Até o dia de morrer.

No ano sessenta e dois
Deixou seu grande legado
Com a – “primavera silenciosa”
O mundo foi alertado
Para salvar nossa flora
A fauna que hoje chora
Com o mundo civilizado.

Cuidar do ar que circula
Os rios que correm no chão
Do nosso planeta Terra
Vítima da contaminação
Dos gazes tóxicos letais
Que poluem mananciais
Sangrando nosso torrão.





Nas tardes primaveris
Os passarinhos não cantam
As flores todas desmaiam
De medo se espantam
É silêncio na floresta
Os pássaros não fazem festa
A natureza não planta.

As flores caem em botão
Com medo de desabrochar
As árvores não gestam frutos
Nem canta o sabiá
Já se foi a primavera
Restando apenas quimera
Para no próximo ano voltar.

A primavera seguinte
Só na memória restou
O sorriso de uma rosa
O desabrochar de uma flor
O canto do passarinho
Construindo o seu ninho
O voar do beija-flor...

Há um silêncio profundo
Um sussurro na floresta
Um bem-ti-vi solitário
Querendo fazer a festa,
Outro calado num galho
No campo o espantalho
Espantando o que resta.

A natureza silente
Enxugando o seu pranto
Sabiá emudeceu
Patativa lá no canto
Recordando a saudade
Quando tinha liberdade
O verde era seu manto.

A explosão do progresso
Fez a mata silenciar
O ronco da moto-serra
Faz todo mundo calar
O canário de campina
Perdeu sua auto-estima
De tristeza não vai cantar
O tamanduá bandeira
Diante das câmeras queimado
Tombou no meio do campo
Ali mesmo foi assado
Pelo fogo da indiferença
Registrado na imprensa
Na TV foi divulgado...

Registrou Rachel Carson
Em – “primavera silenciosa”
O que aqui conto em versos
Ela escreveu em prosa
Que o homem muda o curso
Levado pelo impulso
Do desabrocha de uma rosa.

Peço licença novamente
Para um nome mencionar
Da autora; - Rachel Carson,
Ao escrever e filosofar
Com sua sensibilidade
Não faltou com a verdade
...“sob o vento do mar”

Na obra: - “ o mar que nos cerca”
Já previa com precisão
Que o progresso da ciência
Traria destruição
Inaugurou um novo pensar
Vamos o ambiente tratar
Em prol da educação.

Sua obra era extensa
No tocante ao ambiente
O mar era uma figura
Em seus estudos presente
Para o Estado Americano
Elaborou novo plano
Vindo de sua mente.

Para educação infantil
Novo plano elaborou
Fazer a criança pensar
Redescobrir novo valor
No sentido do espanto
Tirar a criança do canto
Acionar o motor.
Na primavera não vejo
A aquarela das flores
Parece que o pincel divino
Se rendeu aos horrores
Mas, insiste em trabalhar
Novo quadro irá pintar
Por trás dos bastidores.

A beleza do crepúsculo
A fumaça já manchou
Não ha mais o colorido
O véu escuro cortou
A beleza da imagem
O frescor da aragem
Para o homem o que restou?

Restou máquinas e barulho
E grande poluição
Fuligens solta no ar
A mata virou carvão
Uma imagem cinzenta
Que a vida afugenta
Calcinado o pulmão.

Restou riqueza enfim
Mas esta é material
É um tesouro efêmero
Feito de pedra e cal
Cedo ou tarde irá cair
Somente irar resistir
Tudo que for natural.

Restou uma grande saudade
Pulsando aqui no meu peito
Do colorido das matas
O que tinha por direito
Do cantar dos passarinhos
Voando para seus ninhos
Tudo parecia perfeito.

Mas o homem aqui chegou
Com conhecimento e cultura
Intervindo na natureza
Fez do belo uma feiúra
Levou quase tudo pra casa
Deixou a floresta em brasa
E muitos na sepultura.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

DONA INÊS É PARA TODOS
Autor: Mariano Ferreira da Costa
01
Invoco aqui o poeta
Para em seu nome dizer
Que um sonho de um só
Nunca vai aparecer,
Mas quando juntos sonhamos
Grande força amealhamos
Temos nas mãos o poder.

02
Assim o povo aprendeu
De onde o poder emana,
Das mãos livres de um povo
Todos os dias da semana,
A liberdade é crescente
Como água de enchente,
Derruba a força tirana...

03
Dona Inês é para todos,
Muito mais que um conceito
O amor por nossa terra
Bate forte no meu peito,
Neste momento tão raro
Meu amor a ti declaro
Com Antonio nosso prefeito.

04
Dona Inês é para todos,
É do empregado, do patrão,
É dos que passeiam de carro,
Dos que andam de pé no chão,
É do homem trabalhador
Dos que lutam sem temor
Para ganhar o seu pão.

05
É do homem da cantina,
Do médio comerciante,
Pequeno, grande empresário,
Do perto e do distante,
É do pequeno artesão
Que com o trabalho das mãos
Faz uma obra brilhante.

06
É do homem da pedreira
Que o duro não o espanta
Vence a dureza da pedra
Como um camponês que planta
E seu canto de liberdade
Chega hoje a cidade
Que estava preso na garganta
07
Dona Inês é do jovem
Do menino, do ancião,
Do profissional liberal,
Médico cirurgião,
Delegado, professor,
Juiz e promotor,
É de Maria e João...

08
Se pensar em religião,
É do padre, do pastor,
Esses homens de Deus
Que prega paz e amor,
É de quem cava o chão
Dele retira o pão
Nosso irmão agricultor.

09
Dona Inês é do Zezinho,
É de todos que nela habita
É do feio e do simpático,
Também da jovem bonita,
É do morro, da favela
Casa branca ou amarela,
Nessa gente se acredita.

10
Dona Inês é do pintor,
Essa bela profissão,
A sua história se faz
Com a arte de muitas mãos,
No hospital a enfermeira
No atelier a costureira
E da doméstica no fogão.

11
É também do motorista
Essa nobre profissão
Que conduz o progresso,
Em carro ou caminhão,
Do mecânico, do serralheiro,
Do servente e do pedreiro
Que ergue a construção.

12
Dona Inês é do estudante,
Que acredita no futuro,
Investe no seu presente,
Faz seu amanhã seguro
Acredita na educação
E melhores dias virão,
Não fica em cima do muro.


13
É do professor comprometido
Preparado e competente,
Com o fazer pedagógico
Ensinando a sua gente.
Com uma nova pedagogia
Tudo enfim se recria
E Dona Inês irá pra frente.

14
É do funcionário público,
Do simples ao graduado
Do gari e do porteiro,
Servente, advogado,
É do cabo e do tenente
Do medroso e do valente
Do coronel e soldado.

15
É do querido padeiro,
Que acorda nas madrugadas
De manhã logo cedinho
Pra animar a moçada
Com bolacha e pão quente
Para agradar sua gente
A mesa está preparada.

16
É do vaqueiro que ordenha
A vaca lá no curral
Da enfermeira de plantão
A noite no hospital,
É do vigia noturno
Calçado no seu coturno
Nos protegendo do mal.

17
Dona Inês pertence a todos
Os que moram nesse torrão,
Sítio Brejinho e Mata
Bate forte o coração
Lagoa e Vaca Morta
Abre enfim tua porta
Que esse povo é irmão.

18
Cozinha e Várzea Grande,
São Luiz e o Miguel,
Salgado, Fazendo Tanque,
Que pertenceu a coronel
Hoje é dos assentados
Esse povo organizado
Cumpriu de fato o papel.
19
Ginó, Marias Prestas,
Bem juntinhos do Zé Paz,
As margens do curimataú
Caiçara se refaz,
Com a força do seu povo
Mostrando que quer o novo
Se junta a Lagoa do Braz.
20
Pimenta lá nas alturas
Contemplando a paisagem
Dona Inês é toda sua
É bela a tua imagem
Essa gente hospitaleira
Põe o café na chaleira
Mostrando camaradagem.
21
Barrão e Pedra Lisa
Bem ao lado de Cajazeiras
Dona Inês é uma família
Só tem gente de primeira
Seguindo a Beira do Rio
Enfrentando desafios
Vizinho de Bananeiras
22
Assentamento do Caco,
Canafístula e Cerol,
O teu canto de liberdade
Anima todo arrebol
Com terra para trabalhar
Sem patrão para gritar
Dia de chuva ou sol.
23
Raimundo, Sítio Tapúia,
Receba o nosso abraço
Esse povo trabalhador
Nunca mostrou ter cansaço
É de todos Dona Inês,
Inclusive de vocês
Foi grande a queda de braço.
24
Zé de Fogo, Cruz da Menina,
Faz a sua procissão,
O povo acendendo velas
Unidos em oração,
Levando a Deus seu pedido,
Para se ter o povo unido
Antonio junto de João.


25
Sítio Queimadas você,
É de antiga tradição
Para Antonio diz sim,
Ao adversário é não
Para mudar Dona Inês
Chegou enfim nossa vez
Com a força da união.
26
Serra do Sítio, no alto
Pensando lá nas alturas,
Conduzirá Justino e João
Direto a prefeitura
Dizendo não há quem possa
Dona Inês é sempre nossa
Essa ninguém segura.
27
Carnaúba se aproxima
Num abraça a Salgadinho,
Dona Inês, cidade bela
Tem desse povo carinho,
Para Dona Inês ser da gente
E caminhar para frete
Só com Antonio e Joãozinho.
28
Olho D’água não é cego
Fica ali ao lado da pista,
Sabe da força do voto
E só com ele conquista
O melhor para seu povo
Faz o velho virar novo,
Essa gente é artista...
29
Oiticica minha gente,
Mostrando sua bravura
Deu as mãos a Sítio Volta,
E faz voltar a prefeitura
Antonio como prefeito
Com amor dentro do peito,
Essa gente é quentura.
30
Mela Bode é limpeza
Sabe bem como votar
Obrigado Lagoa de Serra
Pelo voto que vai dar,
Dos crentes a oração
Os católicos também dão
As ofertas no altar.


31
Bela Vista teu olhar
O meu coração conquista
Do teu carinho tenho certeza
E não o perderei de vista
O teu voto será escrito
O teu canto tão bonito
Divulgado em revista.
32
Pedra Lavrada no canto
De ti não esquecerei,
De teu povo, tua gente
Todo dia lembrarei,
Do Sítio Cafundó,
O vovô e a vovó,
Essa gente abraçarei.
33
Mulungu e Marizinho
Pedro do Bico também
Sítio Lagêdo Preto
Beleza é só o que tem
Nas pedras as esculturas
Quer Antonio na prefeitura,
Esse povo é do bem.
34
Temos a Chã de Pimenta
Bem próximo Chã dos Palhares
No meio, Chã do Brejinho,
Contempla com seus olhares
Dona Inês é do seu povo
É do velho e do novo
É de todos, é de milhares.
36
Desde o primeiro momento
Há uma força que atua,
Juventude socialista
Seja do sítio ou da rua
Neste momento abraça
Avenida, rua, praça
E a luta continua...
37
São muitos os militantes
Que formaram essa corrente
Os bravos vereadores,
Numa comissão de frente
Se uniram em mutirão
A Antonio deram as mãos,
Dona Inês e sua gente.


38
Os laranjas se espalharam
Levando sua alegria
Em todo canto da cidade
Essa gente contagia,
Apagando o velho pranto,
Levando seu acalanto,
Acordando a letargia.
39
Aos que ficaram em casa
Com medo de se declarar
Receba o nosso abraço,
Obrigado por votar
Em Antonio e Idalino,
Dona Inês terá destino
Quando Antonio ganhar.
40
A todo povo enfim
Nossa profunda gratidão,
Era da vontade de muitos
Logo se fez multidão
Antonio é nosso prefeito
Ao povo nosso respeito
Com amor no coração.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A NATUREZA

A NATUREZA
Mariano Ferreira da Costa

01
A natureza exuberante
Estendeu o seu tapete
A festa está preparada
Tem mesas e tamboretes
Somos todos convidados
O ambiente é sagrado
Não venha com cacoetes
02
O tapete estendido
Com a grama original
Verde cor de esmeralda
Reluz como o cristal
O tempo o anfitrião
Carregado de emoção
Com seu grande cabedal...
03
A flora está alegre
Convida o racional
Animal bicho homem
Não nos queira tanto mal
Enfeitamos teu caminho
Com as flores e espinhos
E de Deus o seu aval.
04
Habitantes do planeta
Somos quadro e moldura
Na casa do homem estamos
Do telhado a fechadura
Faltando comida na mesa
Tenha então a certeza
Que levaremos fartura.
05
Nas praças somos jardins
Nas ruas somos canteiros
As goteiras dos telhados
A vassoura no terreiro
A roupa do varal
O palhaço perna-de-pau
A semente no palheiro...
06
No pomar somos os frutos
As árvores e as raízes
A sombra e o frescor
O habitar das perdizes
O balet do beija-flor
Uma carta de amor
Que faz os homens felizes.



07
Sou s voz do cantor
O instrumento do artista
Sou a alegria da festa
O brilho da ametista
O olhar e a emoção
O bater do coração
O verso do repentista...
08
Sou a madeira de lei
A cama do seu descanso
O animal predador
A valentia do ganso
O canário cantador
Uma declaração de amor
Do cansado o remanso.
09
Sou a pedra do caminho
Que o poeta encontrou
O veneno da serpente
O vôo rasante do condor
A flecha na mão do nativo
A liberdade do cativo
Que o patrão lhe negou.
10
Sou o ferro e a corrente
O fole do fundidor
A enxada que corta o chão
Na mão do agricultor
O latido de um cão
Um pássaro no alçapão
O bisturi do Doutor.
11
Sou noite de lua cheia
O poeta trovador
Que improvisa seus versos
Num poema sedutor
Sou as palavras que calam
Os sentimentos que embalam
O coração de amor.
12
Sou o sertão, sou agreste
Sou terra, rocha, rochedo
Sou a coragem do vaqueiro
O boi correndo com medo
Um cachorro acuado
Perdido a trás do gado
A carta e o segredo...






13
Sou campo de milharal
A horta e a verdura
O estábulo e a ordenha
Engenho e rapadura
A cachaça do alambique
Não me venha com trambique
Que a briga ninguém segura...
14
Sou estrada e Caminho
A trilha na aventura
A tapera da estrada
A trinca e rachadura
Sou o tempo que destrói
A mão sábia que constrói
Toda à vida futura...
15
Sou o verde da esperança
Esse pouco que inda resta
A sinfonia das matas
Os pássaros fazendo festa
O remo de uma canoa
Os patinhos da lagoa
O dó ré mi da seresta.
16
Sou noite de tempestade
O estrondo do trovão
O batimento cardíaco
O pulsar do coração
O poeta e a lua
A donzela semí-nua
Explodindo de paixão...
17
Sou o sol e as estrelas
Perdido na amplidão
Um planeta desconhecido
Na galáxia de escorpião
O silêncio do espaço
Lampião rei do cangaço
Gonzaga rei do baião...
18
Sou Antonio Conselheiro
Com as suas profecias
Conduzindo o seu povo
Fazendo as romarias
Andando quase desnudo
Fez o arraial de canudos
No interior da Bahia.






19
Sou padre Cícero Romão
O padim dos nordestinos
Pregando a palavra santa
Aos velhos, jovens, meninos.
Na cidade de Juazeiro
Vem gente o ano inteiro
Procurando o seu destino...
20
Sou a cacimba e o sapo
O pulo de um caçote
A loca de uma pedra
Os dentes de um serrote
A marreta e o martelo
O cabo de um cutelo
O estalo do chicote.
21
Sou as tetas de uma cabra
Alimentando o filhote
O cheiro do bode velho
A força de um garrote
Sou o mourão da porteira
A brasa de uma fogueira
Criança feito magote.
22
Sou o espinho da jurema
Espeto de mandacaru
A racha da baraúna
Lambedor de cumaru
Hortelã da folha grossa
Uma plantação de roça
Guaxinim e cururu...
23
Sou uma vaca amojando
O touro e a cobertura
O bezerro no curral
Queijo, leite de fartura
O vaqueiro aboiando
A bezerrama chegando
O remédio e a cura...
24
Sou passado e presente
Animal em extinção
Sou a árvore e o fruto
A lenha e o carvão
Sou a vida e a morte
Sou o sul e o norteO frevo e o baião.

domingo, 3 de agosto de 2008

SER JOVEM

A juventude não morre
enquanto o sonho permanece,
mantenha vivo o seu sonho
faça a Deus uma prece,
diga não ao péssimismo
reforce o altruísmo
que a vida agradece.

Alimente a esperança
mantenha sempre o vigor,
a juventude é beleza
expressão máxima do amor,
é um estado da alma
a vida batendo palmas
dando graças ao criador.

A juventude é vida
que desabrocha no tempo,
como uma flor na primavera
se balança com o vento,
é um canto de liberdade
amor sem falsidade,
é da arvore o seu rebento.

Se a juventude fosse caminho
seria ele infinito,
não desvie da sua rota
pois o horizionte é bonito,
é uma linda aquarela
servindo de passarela,
para seus sonhos e mitos.


DÊ UMA CHANCE AO AMOR.

Dê uma chance ao amor,
ele é força que renova o teu ser.
Não o deixe na sarjeta,
procure um jeito de o fazer crescer.

O amor é luz que ilumina teu caminho,
ele é cruz que te faz sentir dor,
se andas com ele não estarás sozinho(a),
a cada amanhecer, serás uma nova flor.

Escuta-o quando tudo é silêncio,
sua voz ecoa suavemente,
prepara o solo do teu coração,
planta-o como se fosse uma semente.

Deixa o amor crescer dentro de ti
como cplanta de tua estimação.
Com ele poderás fazer o mundo rir,
e sairás desta solidão.

O amor é a meta
que a humanidade esqueceu,
contudo, ele insiste em está presente,
com ele poderás imitar DEUS,
e apagar o ódio de sua mente.

O amor é força que liberta,
é tempestade que destrói o egoísmo,
no teu íntimo é grito de alerta,
para o coração chuva de otimismo.

O amor é aroma para o espírito,
é o bálsamo que alivia tua dor,
é a senda que te leva ao infinito,
como flexa na mão do atiradão.
Dê uma chance ao amor.


MULHERES

A natureza criou
um ser muito inteligente,
com a capacidade de dar
amor e vida pra gente,
as vezes tem nome de flor
perfumando o ambiente.

Esse ser tão frágil e meigo,
o chamamos de mulher,
as veze é uma fortaleza
que deixa a vida de pé
revoluciona o amor
coim a força de sua fé.

Mulher, forte, guerreira,
com a arma da sedução,
derrubas o homem valente,
o dixa caído no chão, o
os teus braços são correntes,
teu amor, nossa prisão.

Estamos presos a ti
desde tempos ancestrais,
no teu útero já vivemos
tempo de silêncio e paz,
quando a saudade aperta,
desejo voltar a traz...

Reviver os tempos idos,
de um amor puro e santo,
de uma mulher chamada mãe,
ouvir o seu belo canto,
sua cantiga de ninar,
para acariciar meu pronto.

Mulher, esposa, mãe,
da batalha cotidiana,
és do filho o alimento,
todos os dias da semana,
todas as força do mundo,
de tuas entranhas emanam.

Mulher quando amante,
ela é pura sedução,
o seu corpo alimenta
que sacia a paixão,
os seus beijos encendeiam
qual matéria em combustão.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO CORDEL NA PRAÇA ANTENOR NAVARRO EM 26 DE JUNHO DE 2008.

Estamos diante de doi templos,
peço a vossa atenção,
Um templo é do cordel
o outro de adoração,
um prega a teologia
o outro fala em poesia,
linguagem do coração.

Um se inspira na bíblia,
o outro na natureza,
Nas asas soltas dos pássaros,
dos rios em correnteza,
na beleza do campo,
nas luzes dos pirilampos,
e muita fartura na mesa.

Um prega a salvação,
o céu o paraíso,
o outro recita versos
que nasce do improviso,
a ambos minha genuflexão
respeito e oração
é nele que me reviso.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

MOVENTE

Nove a terra no seu eixo
seguindo a rotação,
este movimento é constante
de inverno a verão.
Viver é movimentar,
o vento move o ar,
o amor o coração.

Movem-se as nuvens nos céus,
carregadas de esperança,
levando para o sertão
o símbolo da bonança.
O agricultor move a terra
a semente nela enterra
no chão que ele alcança.

Move o carro na estrada
transportando a riqueza,
o rio move-se no leito
levando a correnteza,
o mar se move a espera
desde a mais remota era,
movido pela natureza.

A criança move seu carrinho,
movido pela brincadeira.
O movimento da chuva,
se escuta na goteira,
como uma sinfonia,
leva ao campo alegria
uma música de primeira.

Move o corpo na dança,
a música move o som,
a gaivota bailha no céu
a moça move o baton
em busca da beleza,
move enfim a natureza,
Movimentar é um dom.

Moveu-se um dia Margarida
esta mulher quase flor,
movida por um ideal
alimentada pelo amor,
o seu grito foi ao campo
como aluz de um pirilampo,
a sua voz ecoou...

O movimento de uma bala,
fez o seu corpo cair,
mas, do sangue derramado
fez a luta ressurgir,
no chão que foi encharcado,
nasceu um novo legado,
conduzindo ao porvir.

Não se enterra o sonho
de um idealismo puro,
das cinzas faz renascer
e voar para o futuro,
as asas da liberdade,
vencerá toda maldade
o vôo será seguro.

Move o peixe no aquário,
a enxada move o chão,
o homem que move a terra,
se move na eleição,
move a bola no gramado,
ninguém fica parado,
mover é obrigação.

O movente se move
em defeza do ambiente,
em prol da ecologia
por uma vida decente,
move a voz num só grito
este canto tão bonito
nasceu para ser movente.

Se move o velho, a criança,
o menino, o cidadão,
nosso destino é mover
seja com o pé ou com a mão,
a vida é movimento
o operário move o simento
erguendo a construção.

Move a flor no jardim,
acariciada pelo vento
o trabalhador se move,
buscando o seu sustendo.
O movente enfim nasceu
com as graças de Deus
Para ser um movimento.

terça-feira, 29 de julho de 2008

CORDEL e LITERATURA POPULAR

O cordel tem as raizes
no nordeste brasileiro,
canta o velho e o novo,
o aboio do vaquerio.
É uma história rimada,
que canta a mulher amada.
Nas cordas de um violeiro.

Nos sertões desse Brasil
o cordel já fez escola,
escrito em folhetos,
cantado com uma viola.
Assim canta o menestrel
com os dedos cheio de anel.
um paletó na sacola.

Percorrendo o interior
descortinando horizonte,
levando por onde passa,
poesia como fonte,
de pura inspiração,
dexando pelo sertão
versos e rimas aos montes.

A literatura popular,
muito mais que poesia,
é uma forma de relatar
o que o povo aprecia.
História de amor impossível,
de um sentimento incrível
que deixa a espinhela fria.