sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A AMBIENTALISTA, RACHEL CARSON
Mariano Ferreira da Costa

No início do século vinte
Na Pensilvânia nascia
A menina Carson
Filha de dona Maria
Tendo a mãe por formadora
Esta nobre escritora
Desde criança lia

Recebeu muita influência
Das leituras que fazia
As revistas infantis
Muita mais que fantasia
Abriu uma grande janela
Tendo como passarela
O ambiente que ela via

Aos onze anos de idade
Começou a escrever
Publicou suas histórias
Escrita com muito prazer
Daí foi uma crescente
Lutar pelo ambiente
Até o dia de morrer.

No ano sessenta e dois
Deixou seu grande legado
Com a – “primavera silenciosa”
O mundo foi alertado
Para salvar nossa flora
A fauna que hoje chora
Com o mundo civilizado.

Cuidar do ar que circula
Os rios que correm no chão
Do nosso planeta Terra
Vítima da contaminação
Dos gazes tóxicos letais
Que poluem mananciais
Sangrando nosso torrão.





Nas tardes primaveris
Os passarinhos não cantam
As flores todas desmaiam
De medo se espantam
É silêncio na floresta
Os pássaros não fazem festa
A natureza não planta.

As flores caem em botão
Com medo de desabrochar
As árvores não gestam frutos
Nem canta o sabiá
Já se foi a primavera
Restando apenas quimera
Para no próximo ano voltar.

A primavera seguinte
Só na memória restou
O sorriso de uma rosa
O desabrochar de uma flor
O canto do passarinho
Construindo o seu ninho
O voar do beija-flor...

Há um silêncio profundo
Um sussurro na floresta
Um bem-ti-vi solitário
Querendo fazer a festa,
Outro calado num galho
No campo o espantalho
Espantando o que resta.

A natureza silente
Enxugando o seu pranto
Sabiá emudeceu
Patativa lá no canto
Recordando a saudade
Quando tinha liberdade
O verde era seu manto.

A explosão do progresso
Fez a mata silenciar
O ronco da moto-serra
Faz todo mundo calar
O canário de campina
Perdeu sua auto-estima
De tristeza não vai cantar
O tamanduá bandeira
Diante das câmeras queimado
Tombou no meio do campo
Ali mesmo foi assado
Pelo fogo da indiferença
Registrado na imprensa
Na TV foi divulgado...

Registrou Rachel Carson
Em – “primavera silenciosa”
O que aqui conto em versos
Ela escreveu em prosa
Que o homem muda o curso
Levado pelo impulso
Do desabrocha de uma rosa.

Peço licença novamente
Para um nome mencionar
Da autora; - Rachel Carson,
Ao escrever e filosofar
Com sua sensibilidade
Não faltou com a verdade
...“sob o vento do mar”

Na obra: - “ o mar que nos cerca”
Já previa com precisão
Que o progresso da ciência
Traria destruição
Inaugurou um novo pensar
Vamos o ambiente tratar
Em prol da educação.

Sua obra era extensa
No tocante ao ambiente
O mar era uma figura
Em seus estudos presente
Para o Estado Americano
Elaborou novo plano
Vindo de sua mente.

Para educação infantil
Novo plano elaborou
Fazer a criança pensar
Redescobrir novo valor
No sentido do espanto
Tirar a criança do canto
Acionar o motor.
Na primavera não vejo
A aquarela das flores
Parece que o pincel divino
Se rendeu aos horrores
Mas, insiste em trabalhar
Novo quadro irá pintar
Por trás dos bastidores.

A beleza do crepúsculo
A fumaça já manchou
Não ha mais o colorido
O véu escuro cortou
A beleza da imagem
O frescor da aragem
Para o homem o que restou?

Restou máquinas e barulho
E grande poluição
Fuligens solta no ar
A mata virou carvão
Uma imagem cinzenta
Que a vida afugenta
Calcinado o pulmão.

Restou riqueza enfim
Mas esta é material
É um tesouro efêmero
Feito de pedra e cal
Cedo ou tarde irá cair
Somente irar resistir
Tudo que for natural.

Restou uma grande saudade
Pulsando aqui no meu peito
Do colorido das matas
O que tinha por direito
Do cantar dos passarinhos
Voando para seus ninhos
Tudo parecia perfeito.

Mas o homem aqui chegou
Com conhecimento e cultura
Intervindo na natureza
Fez do belo uma feiúra
Levou quase tudo pra casa
Deixou a floresta em brasa
E muitos na sepultura.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito fascinante esse universo, concerteza esse livro ficará em nós,fico feliz por tê-lo representado há altura com esse cordel.